Eclipse solar anular é transmitido com apoio da rede acadêmica

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No Hemisfério Sul, apenas algumas localidades das regiões Norte e Nordeste do Brasil puderam ver o eclipse solar anular, que ocorreu no dia 14/10. Para a transmissão das imagens do evento em tempo real, surgiram diversos projetos em todo o país, entre eles o do Observatório Nacional, financiado pelo CNPq. 

Um desses projetos foi o projeto E-Clipse, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), que conectou 23 pontos em oito estados para a transmissão do fenômeno utilizando a rede acadêmica brasileira, a rede Ipê. O vídeo com a transmissão das imagens para o canal do IFMA no Youtube já alcançou 220 mil visualizações. 

Segundo a coordenadora administrativa do PoP-PI, Rizalva Alves, os Pontos de Presença da rede acadêmica dos oito estados foram envolvidos para garantir a disponibilidade dos links no dia do evento, que no Maranhão foi transmitido direto do campus do IFMA em Imperatriz, cidade em que o eclipse atingiria o ápice. “Também contribuímos para orientar o IFMA-Imperatriz sobre a infraestrutura mínima necessária para a transmissão do eclipse pela internet”, informou. 

O projeto E-clipse é parte de uma iniciativa maior do IFMA, o projeto Astronomia do Sertão, que surgiu em 2019 com foco em popularização da ciência. Com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o projeto levou conhecimentos de astronomia para a população de quatro municípios do Maranhão: Grajaú, Alcântara, Santa Inês e Timon. Em Grajaú, as atividades de divulgação científica ocorreram para comunidades tradicionais indígenas. 

O Astronomia no Sertão também disponibiliza equipamentos como telescópio, óculos de realidade virtual, binóculos e mini planetário para a observação do céu. Segundo o IFMA, o trabalho é fruto da colaboração de um grupo de 35 professores do instituto federal e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

“O projeto Astronomia no Sertão empodera os nossos alunos para que eles trabalhem na prática a extensão universitária. Eles conseguem unir o ensino e a pesquisa e, através da extensão, isso chega até as pessoas que precisam da divulgação científica”, afirmou o reitor do IFMA, Carlos César Teixeira Ferreira, na transmissão ao vivo.

Sobre o eclipse solar anular

No dia 14/10, ocorreu o eclipse solar anular, quando a Lua na fase nova se apresenta bem alinhada com o Sol e Terra, mas o Sol não fica totalmente encoberto pela Lua, restando apenas um anel visível do disco solar.

A penumbra da Lua percorreu a América do Norte, América Central e América do Sul, com o máximo do eclipse percebido a partir dos mares caribenhos da Costa Rica às 14h59min (horário de Brasília). 

No Brasil, a faixa central da penumbra passou pelo Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, iniciando em Tefé (AM) e terminando em Natal (RN). Entre as capitais desses estados, apenas Natal e João Pessoa tiveram a visibilidade do aspecto anular do eclipse. 

Saiba mais sobre o eclipse no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).